sexta-feira, abril 08, 2011

Recomendo - FESTA INFINITA, O Entorpecente Mundo das RAVES


Em Festa Infinita, o leitor é convida­do a um mergulho no barulhento, colorido e entorpecente mundo das raves – festas de música eletrônica, ao ar livre, com duração de mais de 24 horas. Logo no primeiro capítulo, numa narrativa dinâmica e precisa, é possível presenciar uma rave do começo ao fim, com toda a intensidade da música, com a efervescên­cia das drogas sintéticas e com garotos que se penduram pela pele em bizarras e angustiantes performances masoquistas.

A partir daí, o autor cria um panora­ma desse movimento contracultural, que apenas no Brasil atrai cerca de 500 mil jovens por mês. No ano de 2007 foram 1.400 festas, promovidas em sítios, praias desertas e clareiras no meio do cerrado. Raves que chegam a reunir 30 mil pessoas em “modernos rituais de êxtase coletivo”.
Para dar contornos a este universo, o repórter entrevistou inúmeros DJs, produ­tores e aficionados, criando uma trama de perfis que, por meio de casos curiosos, di­vertidos e até dramáticos, ilustram a histó­ria das raves no Brasil e no mundo. Usando técnicas de imersão próprias do jornalismo literário, o autor conviveu intensamente com seus personagens, acompanhou DJs em assustadoras viagens noturnas e em noites de música ininterrupta.

Num ônibus, junto a 40 ravers, em­preendeu uma surreal viagem de mais de 30 horas até o interior de Goiás e passou uma semana acampado num dos maiores festivais de música eletrônica do país. No final de 2008, viajou a uma praia deser­ta no sul da Bahia, onde acompanhou a montagem do Universo Paralello – festa que atraiu 9 mil pessoas para dez dias de sol, drogas e dança. Finalmente, para retratar esse universo da forma mais in­tensa e realista possível, arriscou-se a ex­perimentar, na própria pele, os efeitos do ecstasy somados à música eletrônica.

O resultado desse processo de imersão é um texto fluido e instigante, que mexe com os sentidos, que expõe o hedonismo descompromissado de parte da juventu­de atual e que documenta uma faceta da história contemporânea desconhecida para a maior parte da população.

Tomás Chiaverini nos oferece um relato preciso, sensível, humano e cuidadosamente detalhado, ao vivo e em cores, sobre o que acontece nessas festas sem deadline, que enlouquecem não só quem delas participa, mas também os pais e os vizinhos – algo tão chocante e real que mais parece ficção.

Mais do que isso, o trabalho do autor, sempre baseado em fatos concretos e pesquisas em profundidade, cumpre com competência a missão de lançar um brado de alerta sobre a preocupante realidade desse ‘entorpecente mundo’, no qual mergulham de cabeça, quase todos os dias, muitos milhares de jovens em busca de novas – e perigosas – experiências”.
Do prefácio de Ricardo Kotscho

Thomás Chiaverini é jornalista e autor do livro Cama de cimento – uma reportagem sobre o povo das ruas (Ediouro, 2007), onde retrata o cotidiano dos sem-teto na cidade de São Paulo. Como repórter, trabalhou na Folha de S.Paulo e teve maté­rias publicadas em importantes revistas e sites. Durante todo o ano de 2008, manteve o blog “Antes da Estante”, em que foi possível acompanhar os basti­dores da elaboração de Festa Infinita. Até iniciar a apuração deste livro, nunca havia passa­do perto de uma rave.

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